sexta-feira, 24 de julho de 2015

Respostas

Na segunda viagem que fiz ao Piauí, em janeiro de 2014, após fazer algumas visitas nos vilarejos, um questionamento entrou no meu coração: "Do que adianta eu sair da minha cidade, vir até aqui falar do amor de Jesus, se essas pessoas não terão um acompanhamento?". Criada na igreja, sempre fiz parte de uma realidade cercada de cursos, retiros, cultos toda semana e infinitas possibilidades de crescimento. Quando cheguei no Piauí, me deparei com uma realidade totalmente contrária à minha: vilarejos sem igrejas, igrejas católicas com padres que faziam missas uma vez por mês - quando conseguiam fazer -, dificuldade de acesso à igrejas próximas, entre outras dificuldades... O que eu estou fazendo aqui? - eu pensava.

Com o passar do tempo, fui conseguindo entender, a cada dia mais, a importância de falar do amor de Jesus, e a dimensão que as palavras "eu aceito Jesus como Senhor e Salvador de minha vida" tomavam quando eram ditas com fé. Mas, ainda assim, aquela dúvida incomodava o meu coração.


Todos os dias, antes de irmos ao campo evangelizar, temos um período de devocionais na Expedição... São momentos de louvor, adoração, testemunhos e aprendizado da palavra de Deus. Em um desses devocionais, o Senhor começou a falar ao meu coração, e eu abri a bíblia no livro de Romanos, capítulo 10, que diz: "Irmãos, o desejo do meu coração e a minha oração a Deus pelos israelitas é que eles sejam salvos. Pois posso testemunhar que eles têm zelo por Deus, mas o seu zelo não se baseia no conhecimento. Porquanto, ignorando a justiça que vem de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se submeteram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para a justificação de todo o que crê." (NVI - versículos 1 a 4) e, em seguida, no versículo 9: "Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo." (NVI).

Às vezes nos prendemos tanto à liturgias e cerimônias, que nos esquecemos da essência. Criamos regras e leis em nossas cabeças, e acabamos por acreditar que Deus só se fará presente se tais regras foram cumpridas... E eu pensava assim. Por algum tempo acreditei que o Espírito Santo só habitaria na vida de alguém se ela fosse à frente em alguma igreja e repetisse uma oração... Não digo, de forma alguma, que a pessoa ir até à frente em uma igreja e fazer uma oração é errado: o que quero dizer, é que Deus trabalha na vida das pessoas de formas diferentes. Confessar é reconhecer, é falar, é declarar. E nos vilarejos em que passei, Deus me ensinou que a obra quem faz é Ele, eu sou apenas o instrumento! Não preciso ficar triste por ir embora e deixar o povoado sem nenhuma igreja, não preciso ficar decepcionada porque a pessoa não quis repetir a minha oração... Deus se agrada de corações sinceros, e mesmo sem uma oração formal ou uma repetição de palavras, se as casas pelas quais passamos creem em seu coração no nosso Salvador, e se falarem, do seu jeitinho, que acreditam em Jesus, o Espírito Santo habitará naquele lugar, e não teremos precisado de nenhuma "regra" para que isso tenha acontecido.


Nós somos instrumentos nas mãos do SenhorSe fomos até essas casas, foi com a permissão dEle. Plantamos uma sementinha e fizemos o que estava em nosso alcance, mas devemos sempre lembrar que quem dá o crescimento é Deus (1 Coríntios 3:6), e o nosso Deus é tão criativo e perfeito, que pode usar de formas que nem imaginamos para que tal crescimento aconteça.

Muitas vezes nos apegamos à rituais e regras, e nos esquecemos da liberdade que o Espírito Santo nos dá! Ele pode nos de diversas formas: basta darmos a permissão para a sua ação em nossas vidas.

Nunca deixe que a vergonha, o medo ou a religiosidade te impeçam de falar do amor de Jesus!

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