domingo, 28 de outubro de 2012

Meninas Leem Mais Que Garotos

Olá, meninas! Confiram essa matéria feita pelo Gaz+ sobre literatura para meninas! Eu participei da matéria! Aproveitem:


Não é só palpite. As meninas estão lendo mais do que os meninos. No Brasil, elas representam 55% dos leitores, sendo a sua maioria jovens de 11 a 17 anos. Em média, as garotas devoram mais de cinco obras por ano, acima das cerca de 4,7 lidas pelos garotos, de acordo com a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. E a consequência direta disso é a maior presença dos livros de chick lit – a literatura para meninas – nas livrarias, com títulos que vão além do clichê das garotas inocentes, e de blogs dedicados às autoras que estão em alta no momento.
Na internet, as blogueiras se tornaram um capítulo importante para a divulgação das novas obras, ao criar ambientes para a troca de informações e para organizar lançamentos e sessões de autógrafo. A blogueira Luciana Figueiredo, de 25 anos, dona da Biblioteca da Luh (bibliotecadaluh.wordpress.com), por exemplo, está empenhada em conquistar mais leitoras para o best-seller Cinquenta Tons de Cinza, com um encontro marcado para novembro na Livraria Cultura.
“Antes as editoras esperavam que uma obra fizesse sucesso no exterior para publicar no Brasil. Mas agora as próprias leitoras estão exigindo novos lançamentos e até procurando por outras autoras na internet”, avalia Luciana. Para ela, o sucesso dos livros com uma pegada mais feminina incentiva as editoras a apostar em escritoras nacionais, que estão tomando de assalto as listas dos mais vendidos ou trilhando por esse caminho, a exemplo de Paula Pimenta e Samanta Holtz.
Mais maduras
Com um público maior e mais exigente, a chick lit traz personagens complexas e conectadas com os anseios das garotas de hoje. “Esses livros têm como característica ‘reler’ os sonhos das meninas de forma bem humorada e exagerada. Eles abordam problemas como a procura do ‘cara certo’, o bul­lying, a gravidez e as compulsões. Enfim, questões que toda mulher enfrenta, enfrentou ou enfrentará um dia”, explica a blogueira Gabriela Wegner, de 14 anos, do site Livros e Meninas (livrosemeninas.blogspot.com).
Luciana, por outro lado, destaca que as personagens “bobinhas” não têm mais vez nesse tipo de literatura. “O que se percebe é que ou elas já aparecem maduras ou vão evoluindo ao longo da trama. O romance continua presente nas páginas, mas histórias mais pesadas ou picantes também podem ser bem aceitas, desde que tratadas de uma forma acessível e que causem identificação com as leitoras.”
Para a autora Patrícia Barboza, que vendeu 10 mil cópias do livro As MAIS e já possui sete obras no mercado, essa abordagem se deve principalmente ao protagonismo das mulheres no mundo de hoje. “Nós estamos mais independentes e ocupamos lugares importantes na sociedade. Antes eram muitas as mulheres que se tornavam donas de casa, mas agora procuramos melhores oportunidades de trabalho e corremos atrás daquilo que queremos. E essa garra e busca pela felicidade é algo que sempre procuro refletir nos meus livros”, revela a escritora.
Iniciantes
Fanfics ajudam a formar novas escritoras
As fanfics – ou fan fictions – são um capítulo à parte na história recente da literatura para meninas. As obras de ficção feitas pelas fãs de alguns livros são comuns na internet e estão se tornando responsáveis pela formação de novas autoras. O exemplo mais recente disso é o de E. L. James, o nome por trás do sucesso Cinquenta Tons de Cinza, que surgiu a partir de uma história alternativa para a saga Crepúsculo.
Embora diga que não leia muito esse tipo de obra, a blogueira Gabriela Wegner, do site Livros e Meninas, conta que as fanfics ajudam a soltar as autoras mais envergonhadas, mesma opinião da blogueira e escritora Priscilla Durigan. “Já li algumas fanfics, mas nunca escrevi. Entretanto, vejo que elas são algo típico das mulheres e que têm a função de dar uma força para elas na hora de se expressar pela escrita.”
Conheça
Leitoras entrevistadas pelo Gaz+ indicam algumas das autoras e obras mais representativas da literatura feminina
  • Jane Austen
Orgulho e Preconceito
  • Clarice Lispector
Felicidade Clandestina
  • Meg Cabot
O Diário da Princesa
  • Paula Pimenta
Fazendo o Meu Filme
Chick lit retrata o cotidiano e anseios femininos
As publicações dedicadas exclusivamente às leitoras são tão numerosas que até ganharam um gênero próprio: a chick lit, nome que vem da mistura das expressões chick, ou garota, em inglês, e lit, diminutivo para literatura. Em comum, todas as obras têm protagonistas femininas com a missão de lidar com questões típicas das mulheres, que vão dos relacionamentos à superação de problemas.
As autoras Priscilla Durigan, Cinthia Golh e Renata Lopes, do blog Toco de Vela, têm preferência por obras mais intimistas
Para a blogueira Verônica Sobreira, do site Tribo do Livro (tribodolivro.com), a força das chick lits está na necessidade de as meninas verem os seus anseios retratados no papel. “Nestes romances, em geral, as mulheres sabem o que querem, têm bons empregos e são bem resolvidas, apesar de quase sempre terem uma pendência com a vida amorosa. Não há releituras dos contos de fada, por exemplo, porque as histórias são calcadas no cotidiano feminino”, analisa Verônica, que é formada em Letras.
A autora Thalita Rebouças, um dos principais nomes da literatura adolescente no Brasil, conta que se inspira na observação das filhas de amigas e até mesmo das próprias leitoras na hora de compor as suas personagens. “Eu procuro criá-las sempre de uma forma real, para que assim as minhas leitoras se sintam conectadas com as personagens. A ideia é dar a impressão de que elas poderiam ser uma vizinha, uma irmã ou uma melhor amiga”, revela.
Já a tática usada pela escritora Patrícia Barboza para criar uma maior identificação com as leitoras é escrever os livros em primeira pessoa. “Quero que as obras passem a sensação de um bate-papo entre amigos, com um tom leve e descontraído.”
Outros estilos
Mas a literatura escrita para – e por – meninas não se limita só a esse gênero. Dentre as provas disso estão a série Jogos Vorazes, de Suzanne Collins, em que a protagonista é a heroína da história; as obras de literatura fantástica A Sociedade da Adaga Negra, de J. R. Ward; e até mesmo livros de autoras como Clarice Lispector, que falam sobre aspectos mais íntimos das mulheres.
A escritora Priscilla Durigan, que publica contos no blog Toco de Vela (tocodevela.com) e que lançará com as colegas de site uma segunda coletânea em novembro, acredita que falta entre as chick lits mais vendidas explorar outros aspectos da personalidade feminina. “Acho que al­­­­guns desses livros são simplistas ao mostrar só um lado da história, com uma projeção daquilo que algumas garotas desejam. Aí o que acontece é que esses livros caem sempre no mesmo clichê da protagonista bonita e que vai ao shopping com as amigas”, critica Priscilla.

Um comentário:

  1. Adorei a reportagem, guria! Ficou muito legal mesmo!
    Xoxo
    http://foolishhappy.blogspot.com.br/

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